1. A presente nota busca fazer uma reflexão sobre o sentido dos ataques políticos promovidos de forma caluniosa pelo interventor judicial e pelo Sindicato. Afinal, para o Comitê está claro o objetivo da intervenção: providenciar a falência das empresas, mas para garantir isso é necessário aos golpistas (interventor, sindicato, INSS e a patronal) destruir a imagem dos dirigentes eleitos com 80% dos votos dos trabalhadores e demitidos por justa causa;
2. Os trabalhadores plásticos sabem que a atual diretoria do sindicato serve de correia de transmissão da patronal ao invés de defender os interesses dos trabalhadores. Basta conhecer a prática destes dirigentes, como o acordo de redução em 20% do salário dos trabalhadores da Amanco que permitiu à empresa comprar uma nova industria em São Paulo; ou o banco de horas aprovado em várias empresas para beneficiar os patrões; ou o impedimento através de um bando de trogloditas contratados, dos trabalhadores se manifestarem livremente nas assembléias gerais da categoria, desrespeitando a democracia do estatuto, isso entre outros absurdos;
3. O interventor junto com os pelegos do Sindicato, pretende com a campanha caluniosa, desmoralizar, através do linchamento público, as pessoas que fizeram de tudo, nos últimos cinco anos, e conseguiram manter as empresas funcionando com os mil postos de trabalho, mesmo assumindo um "passivo maldito" dos patrões, queiram os golpistas ou não;
4. Esta tática desprezível, busca ganhar respaldo dos trabalhadores e da opinião pública para sufocar todo e qualquer apoio das organizações sociais, populares, políticas e sindicais;
5. Todas os dias as calunias serão respondidas com a comprovação da verdade dos fatos por este comitê, assim como os processos judiciais cabíveis, seja por mentiras, injurias, calunias ou distorções de fatos, já estão sendo providenciados. Os caluniadores terão que responder nos tribunais por todos os ataques desprezíveis que promoveram;
6. Está claro que a intervenção foi um golpe fascistóide armado pelo sindicato, o INSS, o interventor e a classe patronal para dar fim ao movimento de ocupação de fabricas que chegou a ocupar 15 fabricas pelo Brasil, impedindo o fechamento momentâneo dessas empresas. Afinal, como escreveu o Juiz, "já pensou se esta moda pega?".
7. A greve da Cipla/ Interfibra que arrancou dos patrões um Acordo Coletivo de Trabalho onde se comprometiam a passar as empresas para quem os trabalhadores decidissem, foi um fato que encerrou uma fase de fechamento de fabricas em Joinville, onde os trabalhadores pagavam o preço da irresponsabilidade e pilhagem patronal. Casos como da Matric e Ambalit, faziam parte do passado. Os patrões não podiam mais desviar a riqueza para seus bens pessoais e montar outro CNPJ, sem nenhuma medida judicial ou prisão contra eles. Os trabalhadores agora sabem o que fazer para impedir sua desgraça;
8. O acordo firmado com o governo venezuelano, de envio de matéria prima de graça para as fabricas ocupadas, indignou os poderosos da classe patronal. O ataque partiu de gente poderosa como Paulo Skaf, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que disse o seguinte: "É inaceitável esta ingerência do governo de Chavez nos assuntos internos brasileiros e no seu relacionamento de apoio as fabricas ocupadas Cipla/ Interfibra/ Flaskô" OESP - 22/02/07. O mesmo fez Merheg Cachum, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Plásticos (ABIPLAST): "O governo venezuelano apóia ocupações de indústrias plásticas que foram assumidas por operários. Já são três (Cipla/ Interfibra/ Flaskô) as empresas que recebem apoio na forma de compra subsidiada de matéria-prima vinda da Venezuela... Em razão dessas atitudes, é imprescindível que os empresários e a sociedade civil de forma geral, organizem um manifesto de repúdio contundente a esse tipo de prática antes que isso se torne cotidiano e prejudique a democracia (burguesa é claro). Precisamos resgatar a indignação diante da interferência em nossos interesses (...) É preciso tomar providencias já. Revista da ABIPLAST - Maio 07.
9. Se esta intervenção não foi providenciada a partir de toda a pressão patronal, cabe perguntar, porque não ocorreu intervenção contra os patrões da Cipla/ Interfibra quando nenhum imposto e encargo foi recolhido em 10 anos? Ou quando os trabalhadores foram humilhados por nove meses ao trabalhar e receber de trinta a cinqüenta reais por semana? Há duvidas de que a intervenção ocorreu agora para dar fim no movimento que conseguiu manter todos os postos de trabalho e obteve conquistas significativas aos trabalhadores, como às 30 horas semanais e o sábado e domingo livre para a família? E porque não há intervenção para garantir o recolhimento do INSS dos maiores devedores da Previdência Social como a Encol (568 milhões), o Banco Bancesa (332 milhões), a Companhia Vale do Rio Doce (278 milhões), Mendes Junior Engenharia (268 milhões), Volkswagen (108 milhões), para ficar em alguns exemplos de uma lista de quinhentas empresas?
10. Para aqueles que duvidam do objetivo da intervenção em falir as empresas, como explicar estas afirmações feitas pelo Juiz? Diz ele "o custo social da manutenção desses mil postos de trabalho é EXESSIVAMENTE ALTO". E mais: "será que a manutenção do Grupo Cipla, gera, de fato, o bem à sociedade? Será que sua existência não estaria mais para UM MAL DO QUE PARA UM BEM SOCIAL?". Será que o Juiz, o sindicato e todos os apoiadores da intervenção vão sustentar as centenas de famílias que ficarão desempregadas ao final da intervenção?
Carlos Castro - Coordenador do Comitê pelo fim da intervenção na Cipla/ Interfibra
Fone: (05547) 9608-14-79