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Sob nossa direção política na Cipla, reduzimos a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem reduzir salários nem direitos. Nenhum defensor dos interesses da classe dominante pode tolerar que continuemos com este combate que mostrava na prática que os patrões são parasitas, desnecessários, e que a classe operária pode governar ela mesma.

Com ordens judiciais e mandatos de prisão contra os dirigentes da fábrica que está sob controle operário, a decisão é passar a administração para um interventor a mando dos antigos patrões. O interventor já demitiu 50 trabalhadores, a começar por todos os membros do Conselho de Fábrica eleitos em assembléia.

Os trabalhadores da fábrica ocupada Cipla foram surpreendidos esta manhâ por 150 homens, fortemente armados, da Policia Federal que invadiram a fábrica para prender os dirigentes da comissão.

Neste 23 de Maio, os trabalhadores da Cipla e Interfibra somam-se à Coordenação dos Movimentos Sociais (que reúne CUT, MST, UNE, e mais de 30 entidades) na jornada de lutas pela Estatização das Fábricas Ocupadas, Reforma Agrária já, Reestatização das ferrovias e de todas as empresas públicas privatizadas, Não à Emenda 3.

Infelizmente, os estudantes desconhecem a verdadeira história da abolição da escravidão no Brasil. Na escola, desde o ensino fundamental, as únicas recordações que ficam no imaginário popular são da princesa boazinha que "libertou" os escravos. E por aí vai se reproduzindo a "história oficial".

Os negros e negras, particularmente a juventude são o maior contingente da população brasileira. A realidade é: recebemos os mais baixos salários, trabalhamos nas piores funções e dos desempregados somos o maior número. Nós pagamos o mais alto preço no país, para manter os privilégios da classe dominante.

Dois projetos de lei estão em tramitação no Congresso Nacional, o PL 73/1999 que introduz cotas “sociais” e “raciais” e o PL 3198/2000, denominado Estatuto da Igualdade Racial, que pretende dividir o Brasil em “brasileiros” e “afro-brasileiros”. Os dois projetos têm na sua essência a introdução legal de uma política de diferenciação entre os brasileiros segundo critérios “raciais”.

O Texto que se segue é uma moção que será apresentada no próximo Congresso do Bloco de Esquerda (2 e 3 de Junho). Nele se reflecte sobre as condições que proporcionam o surgimento da burocracia nas organizações da classe operária e como combate-la.