Entrevista com Yeant Sabino, coordenador geral do Conselho de Fábrica da Sutra-Vivez, eleito pelos trabalhadores.
El Militante: Qual é a situação dos trabalhadores da Vivex?
Yeant Sabino: Hoje, terça-feira, dia 31 de março, como parte do acordo que chegou o sindicato junto com a mesa que está instalada na Presidência da República, especificamente no Palácio Branco, mesa sob responsabilidade do Capitão Nelson Pereira Ibarra, a situação é a seguinte: O mesmo se apresentou no dia de hoje ameaçando e amedrontando os trabalhadores, dizendo-lhes que se nós não cedêssemos a alguns planejamentos que não foram acordados na mesa de trabalho, ele se retirava com sua equipe e deixava o tribunal que instalou. Nós não podemos permitir que se instale um tribunal sabendo que isso não foi um acordo tirado na mesa de alto nível.
EM: Está se gerando uma matriz de opiniões contra vocês de que estariam desmantelando a fábrica?
Yeant Sabino: Sim, o empresário com um minúsculo grupo anda dizendo que os trabalhadores da Vivex que a mantêm ocupada desde o mês de novembro estariam desmantelando e desarmando a fábrica, as ferramentas. Então nós, para desmentir essa matriz de opinião e para que o povo em geral veja e se dê conta que a verdade está conosco, trabalhadores, entramos em acordo com a inspeção para que se constatasse as máquinas e as ferramentas, mas não que o empresário traga seus técnicos financeiros, porque nós não temos poder algum nestes momentos, uma equipe capacitada para isso.
Nós lhe demos uma lista de trabalhadores, incluídos empregados, que seriam os que iam passar junto à mesa de alto nível, junto com o tribunal dos acordos da mesa. Então isso foi pela noite, por volta das 9:00, que se deu essa lista de 8 pessoas. E esta manhã nos chamam dizendo que o empresário queria incluir outras que nós não cremos ser convenientes. Portanto que dentro dos que o empresário quer entrar houve trabalhadores que sabotaram as máquinas ferramentas, como o forno-8 e como outras subestações, estes trabalhadores de nome Alfredo Barroso, e Carlos Cova foram peças estratégicas do patrão, os quais permaneceram por dias com a ocupação dos trabalhadores e seu objetivo era sabotar para dizer que os trabalhadores tiveram culpa.
EM: O que os trabalhadores vão fazer?
Yeant Sabino: Nós realmente, em assembléia geral dos trabalhadores, decidimos que não nos vamos deixar intimidar por ninguém nem por nada, nós estamos lutando aqui pelas reivindicações muito maiores que um posto de trabalho, por nossa família, por nossos filhos, e não vamos permitir que venham altos funcionários do governo nos impor suas regras, nos impor suas normas - as quais são as próprias do empresário.
EM: O funcionário da Presidência da República lhes transmitiu uma suposta mensagem do Presidente Chávez, qual era o conteúdo desta mensagem?
Yeant Sabino: Ontem ele falou de que o presidente da república havia mandado a nós uma mensagem na qual dizia que não se podia expropriar a Vivex, nós dissemos que aceitávamos essa mensagem, mas sempre e quando nos passem por escrito, como bons soldados desta revolução, mas também lhe deixamos entredito que vamos mobilizar os trabalhadores, quando comecem a fechar as fábricas em todas as zonas industriais Sotuca, uma empresa que está a poucos metros daqui, sairão às ruas mais de 600 trabalhadores.
EM: Este capitão ameaçou desocupar a fábrica?
Yeant Sabino: Não. Ele não planejaria o desalojamento da planta, senão que ele retiraria sua equipe de trabalho, retiraria a mesa e levaria um informe ao Presidente da República, o que nós não tivemos acesso a ele, dizendo que fomos nós que não permitimos cumprir com as regras do jogo, sendo que é de conhecimento de todos os trabalhadores que não foi assim, senão que foi uma imposição do capitão Pérez, que favorecia em todos os aspectos ao empresário da empresa Vivex.
07 de Abril de 2009.
Source: Esquerda Marxista