O combate contra a crise capitalista passa pela batalha contra as alianças com os patrões na preparação do PED (Processo de Eleições Diretas) do Partido dos Trabalhadores.
Cada vez mais episódios - como aquele em que a CNB (Construindo um Novo Brasil – antiga Articulação) fechou chapa estudantil com DEM e PSDB na USP no último mês - têm levado mais e mais petistas a questionar as alianças do Governo Lula com partidos como PMDB, PP, PL, PDT, etc.
Sempre que o Governo Lula diz “entender” os patrões que demitem, sempre que dá bilhões para os patrões e nada para os trabalhadores, mais petistas se questionam: “Pra que servem essas alianças?”
Mesmo as correntes que buscam posar mais à esquerda - como a AE (Articulação de Esquerda) - defendem as alianças com o PMDB. Valter Pomar, principal dirigente da AE, explica que a aliança com o PMDB é necessária e crucial para a vitória de Dilma. O mesmo diz a Mensagem ao Partido (DS + Tarso Genro + José Eduardo Cardozo), Movimento PT, PT de Luta e de Massas, etc.
Direção do partido, Lula/CNB, cogita “sacrificar” candidaturas próprias a governador nos estados para garantir apoio à candidatura de Dilma!
Segundo o Deputado Vaccarezza, líder do PT na Câmara, “Em São Paulo, o PT pode abrir mão do candidato se isso criar uma situação de expansão da aliança. Se o Ciro quiser ser candidato ao governo, se o Quércia quiser, o PT pode discutir. Em Minas, seria bem mais fácil” – aí já falando da hipótese do PT apoiar Hélio Costa (PMDB-MG) em troca do apoio à Dilma. Nas últimas eleições, Fernando Pimentel (PT) e Aécio Neves (PSDB), com apoio de Lula, se aliaram para eleger um mega empresário do PSB como prefeito de Belo Horizonte. Agora se espera tudo!
Em São Paulo, apoiar Ciro ou Quércia em nome de eleger Dilma seria o suicídio político do PT. O mais provável é que os militantes abandonassem a campanha. Aliás, de certa forma este é o cálculo de Lula quando lança Dilma como candidata por cima do PT pela imprensa e sem consultar ninguém. Tentar obrigar os militantes a engolir Dilma é ajudar na derrota do PT em 2010 para a presidência. Parece ser o que pretende Lula.
A perspectiva da Esquerda Marxista é o combate por candidaturas próprias do PT em todos os estados e por um programa de transição ao socialismo, de ruptura com a burguesia e seus partidos (leia a plataforma e a tese “Virar a Esquerda! Reatar com o Socialismo!”).
A luta por candidaturas do PT e por um programa de luta
Em Pernambuco todos os esforços dos dirigentes são para que os petistas engulam outra vez a candidatura burguesa de Eduardo Campos, do PSB. Este governador apresentado como “de esquerda” comanda a PM que nos últimos meses baixou o pau “democrático e popular” nos grevistas. Em especial nos metalúrgicos de Recife em luta contra demissões e por seus direitos. A lista de repressão e ataques é longa!
A Esquerda Marxista insiste que é preciso romper esta aliança e lançar um nome de expressão do PT, como João Paulo, Humberto Costa ou Maurício Rands, por exemplo. Mas, não deixar na mão da burguesia a resolução de nossos problemas.
No Rio de Janeiro lutamos por romper a coalizão com Sérgio Cabral e Eduardo Paes, do PMDB, apoiando a pré-candidatura de Lindberg Farias a governador. Ele tem o apoio de Vladimir Palmeira e sem dúvida da maioria da base petista do Rio. Para a Esquerda Marxista o principal é que o PT-RJ rompa esta colaboração com a burguesia e retome seus laços com a maioria da classe trabalhadora do estado. O trabalho de destruição do PT-RJ vem de tempos. Este caminho foi empreendido por Benedita, Bittar, sob a batuta de Lula, Zé Dirceu e outros, quando cassaram a candidatura de Vladimir Palmeira ao governo do estado, que havia ganho o Encontro Estadual.
A Direção do PT provoca três reações na base:
- Alguns buscam se adaptar, entrar no jogo, abandonar os princípios petistas e tentar ganhar alguma coisa;
- Outros desanimam, desistem, vão pra casa ou se aventuram no PSOL – partido que tem como política uma versão “de esquerda” da mesma política Frente-Populista da direção do PT e ainda faz campanha com um delegado de polícia;
- E há os que buscam resistir, que combatem, que se opõem e não querem abandonar o terreno do PT, nem os princípios do socialismo.
O anseio dos petistas fiéis à sua classe
É nesta situação que nossa Tese “Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!” tem recebido apoio em diversos estados. Ela encerra uma análise realista da atual crise do capital, sob um ponto de vista marxista, assim como das tarefas dos petistas que querem continuar “luta de classes” e socialistas como seu partido foi fundado.
Conheça o texto integral da tese (clique aqui) e junte-se aos que continuam o combate iniciado em 1979 com a construção do PT.