Brasil: Alan Woods visita a Fábrica Ocupada Flaskô

No último dia de seu giro por 3 países da América Latina, Alan Woods, antes de sua conferência pública final que ocorreria à noite em São Paulo, visitou a fábrica ocupada Flaskô e foi calorosamente recebido pelos trabalhadores e moradores da Vila Operária

Com grande entusiasmo, os operários da Flaskô – fábrica ocupada pelos trabalhadores em luta pela estatização há quase 8 anos – receberam Alan Woods, dirigente da Corrente Marxista Internacional, na manhã do dia 7 de abril. Paralizaram parte da produção para participarem da palestra. Eram mais de 60 participantes em sua grande maioria operários da fábrica, além de sindicalistas metalúrgicos, professores e estudantes da região de Campinas, no interior de São Paulo.

A mesa da palestra foi composta pelo coordenador do Conselho de Fábrica e militante da Esquerda Marxista, Pedro Santinho; Alexandre Mandl, também do Conselho de Fábrica e militante da Esquerda Marxista; e José Carlos Miranda, dirigente do Movimento Negro Socialista. O debate foi inteiramente transmitido ao vivo via internet pela “TV Luta” e pode ser assistido novamente no vídeo mais abaixo.

Uma grata surpresa foi a participação de 12 crianças, alunos da “Fábrica de Cultura” – escola de arte infantil impulsionada pela Flaskô para filhos dos operários e da vizinha Vila Operária, bairro construído num terreno doado pelos trabalhadores da fábrica para a construção de moradia para as famílias do movimento sem-teto.

Antes de iniciar a palestra, Alan fez uma saudação emocionante aos operários da Flaskô:

“Em primeiro lugar, é uma honra estar presente aqui nesta fábrica que é tão importante para a luta de classes no Brasil. Sei que vocês têm tido uma luta muito dura, muito difícil. E sei também que a coisa mais difícil é uma sensação de isolamento. Muitas vezes nos sentimos sozinhos na luta. Então a minha primeira mensagem para vocês é a seguinte: Vocês não estão sozinhos camaradas! Transmito aqui uma mensagem de solidariedade fraternal de classe dos trabalhadores, da juventude, dos sindicatos europeus, que têm acompanhado com grande interesse e com grande entusiasmo a luta dos trabalhadores da Flaskô que é um exemplo maravilhoso para a classe trabalhadora de todo o mundo. E quero transmitir de todo o coração, a solidariedade mais firme do movimento operário europeu e mundial à luta de vocês, à luta da Flaskô, para conseguirem suas justas reivindicações e nos comprometemos a ajudar no que pudermos, no que vocês precisarem para a sua luta.”

Com o plenário muito atento Alan explicou o teor da crise capitalista e a íntima ligação com as revoluções nos países árabes. E que esta crise ainda não está resolvida, alertando que estamos vivendo um período de inflexão na luta de classes em todo o mundo. “A revolução nos países árabes apenas começou”, disse.

Denunciando aqueles que declaram que a classe operária não joga neste período um papel revolucionário e alguns que inclusive dizem que ela não existe. É só olhar para todos acontecimentos em todos os países, inclusive no mais poderoso país capitalista, nos EUA. Mais do que nunca os trabalhadores jogam um papel insubstituível.

“Olhem o que aconteceu na Tunísia e no Egito: manifestações, greves gerais, uma após outra e a queda dos regimes”, constatou Alan.

Após o informe se seguiram 13 intervenções. Destacamos a de uma professora de jornalismo da UNICAMP (Universidade de Campinas) que além de adquirir livros do Alan, fez um convite para realizar palestras na universidade “É muito importante levar as idéias do marxismo para a juventude”.

Em sua resposta final, Alan convocou todos os presentes a “continuarem na luta e entrarem no exército daqueles que querem transformar a sociedade. Para isso só há um caminho: construir uma organização revolucionária, como estamos tentando com a Corrente Marxista Internacional e sua seção no Brasil: a Esquerda Marxista”.

“Viva a luta dos trabalhadores da Flaskô!
Viva a luta dos trabalhadores em todo mundo!
À luta companheiros!”

Concluiu Alan, seguido de muitos aplausos.

Após a palestra, Alan foi convidado a ser o primeiro a assinar a Declaração de apoio à luta pela Declaração de Utilidade Pública da Flaskô pela prefeitura municipal da cidade de Sumaré (cidade onde se situa a fábrica), importante passo na luta pela estatização.

Source: Esquerda Marxista (Brazil)


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