Na quinta-feira, 7 de abril, o exitoso giro latino-americano de Alan Woods alcançou seu clímax com uma reunião realizada na sede central do Sindicato dos Químicos de São Paulo, o maior sindicato deste setor no Brasil.
Na mesa, juntamente com Alan Woods, estavam importantes dirigentes sindicais, Verivaldo Mota Silva, mais conhecido como “Galo”, da comissão executiva do Sindicato dos Trabalhadores Vidreiros do estado de São Paulo e o companheiro Hélio, da comissão executiva do Sindicato dos Químicos, bem como os camaradas José Carlos Miranda, dirigente do Movimento Negro Socialista e Caio Dezorzi do Diretório Municipal do PT de São Paulo, ambos da Esquerda Marxista (seção brasileira da CMI), que organizou a atividade.
Mais de 130 pessoas participaram do debate, sendo a maioria destes sindicalistas de São Paulo. Como em todas estas reuniões, houve grande interesse nas idéias do marxismo que foram expostas com muita clareza pelo camarada Alan.
A atividade foi aberta pelo dirigente químico, companheiro Hélio, que disse que era uma grande honra ter o camarada Alan Woods para defender as idéias do marxismo na sede de seu sindicato, e que esta era uma tarefa muito importante para o movimento operário.
Alan então passou a descrever a situação mundial, lidando não só com a Revolução árabe, mas com a crise geral do capitalismo mundial e seus efeitos sobre o movimento operário internacional.
Ele perguntou ao plenário quantos deles tinham ouvido falar dos acontecimentos em Winsconsin, nos Estados Unidos, e pouquíssimos levantaram a mão – praticamente só os militantes da Esquerda Marxista. Todos manifestaram grande interesse quando Alan descreveu em detalhes as lutas dos trabalhadores dos EUA: “Eu não estou falando do Cairo, Caracas ou da Rússia em 1917, mas dos EUA agora mesmo!”, disse ele.
Era um público solidamente proletário no mais importante centro do movimento operário brasileiro. Portanto, não foi nenhuma surpresa que não havia elementos ultra-esquerdistas sectários presentes, e as perguntas e as discussões foram baseadas em questões concretas que interessam aos trabalhadores.
No entanto, houve um grande interesse nos assuntos internacionais. O primeiro inscrito do plenário, um velho ativista de esquerda, parabenizou Alan pelo seu trabalho em defesa da Revolução Bolivariana e enfatizou a necessidade de solidariedade com a Venezuela.
Outras questões foram levantadas sobre Cuba, perspectivas para a Revolução Árabe, sobre o Brasil e a natureza da crise capitalista, que o camarada Alan respondeu com maestria.
Um jovem chamado Diego, mostrando que apesar da idade já havia lido um bocado sobre a teoria marxista, fez uma fala em que colocava a possibilidade dos capitalistas saírem da crise destruindo forças produtivas. Ao que Alan se colocou de acordo, mencionando Lênin que disse que o Capitalismo não cairá sozinho, mesmo sob a mais violenta crise, se a classe trabalhadora não vier a derrubá-lo. Mas disse que justamente ao buscar sair da crise destruindo forças produtivas, atacando os trabalhadores, se chocará com estes. “Todas as medidas que os capitalistas tentam adotar para alcançar o equilíbrio econômico só trarão mais desequilíbrio político e social”, disse ele.
No plenário, o camarada Wanderci lembrou que Alan havia falado nas conferências anteriores, que depois da Irlanda e Grécia, Portugal deveria ser o próximo país a quebrar na zona do Euro. E então cita as manchetes do jornal daquele mesmo dia que noticiam que Portugal estava pedindo socorro financeiro para pagar suas dívidas. Alan não havia tido tempo para ler os jornais naquele dia, pois havia ido à fábrica ocupada Flaskô pela manhã, mas disse não se surpreender. E acrescentou: a próxima será a Espanha.
No final os trabalhadores mostraram a sua satisfação com aplausos calorosos e muitos vieram para a plataforma de agradecer o anúncio orador levá-lo a assinar livros. Muitos contatos foram feitos para a esquerda marxista.
Source: Esquerda Marxista (Brazil)