Quando a presente crise começou, havia alguns que a descreveram como uma crise apenas Ocidental; uma crise que atingia unicamente a Europa – devido aos problemas causados por sua moeda comum – e a América – devido ao escândalo das hipotecas sub-prime e à consequente crise do crédito.
A teoria de uma economia mundial “desacoplada” foi enunciada: por um lado, havia a crise do Ocidente senil, com sua dependência do crédito e do financiamento, com sua população envelhecida e seu excessivo estado de bem-estar; por outro lado, havia as dinâmicas economias “emergentes” – incluindo os “BRICs” (Brasil, Rússia, Índia e China), bem como toda uma série de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, Tailândia, Turquia e África do Sul – com seu crescimento econômico sistematicamente forte.
Mas agora esta teoria da desacoplagem está sendo vista como um mito, seu verdadeiro caráter. Não só a Europa e os EUA continuam no pântano, como também, agora, o crescimento dos BRICs está abrandando e outras economias emergentes estão enfrentando um período turbulento. Longe de termos uma economia mundial desacoplada, estamos vendo agora os resultados de um sistema econômico global intrincado e intrinsecamente acoplado. A este respeito, os atuais problemas econômicos enfrentados pelas economias emergentes não são acidentes devidos a esta ou àquela política, mas são uma nova e necessária etapa da crise mundial do capitalismo.
Expansão e desaceleração da China
A força da economia chinesa desempenhou um importante papel na formação do mito da desacoplagem. Como já explicamos antes, a economia chinesa fez a longa marcha em direção ao capitalismo ao longo das últimas décadas, sob o controle do Estado, começando com as “reformas” de Deng Xiaoping, abrindo-se ao investimento estrangeiro e desenvolvendo empresas estatais gigantes, joint ventures, e empresas privadas chinesas que podem competir no mercado mundial.
Os baixos salários, ajudados por um fluxo constante de trabalhadores exploráveis recém-chegados do campo nas cidades, tornaram-se – ao lado da expansão do consumo alimentado pelo crédito nos EUA e na Europa – a base para um modelo de crescimento da China baseado nas exportações. A incorporação dos mais atualizados métodos tecnológicos e industriais, importados através das joint ventures e do investimento direto estrangeiro, complementou este modelo.
O enorme crescimento econômico visto na China na última década – com taxas de crescimento sistematicamente superiores a 10% - tornou-se, por sua vez, a base para o crescimento de muitos outros países, tanto na Ásia quanto no restante do mundo. Países como o Brasil, Indonésia, África do Sul e mesmo a Austrália viram suas próprias economias se expandirem nas costas do crescimento chinês, com sua demanda de energia e matérias-primas; dessa forma, muitas economias emergentes se tornaram dependentes da exportação para a China.
Mas, como já relatamos em outra ocasião, quando a crise emergiu no Ocidente, o modelo exportador chinês – dependente deste consumo alimentado pelo crédito nos EUA e na Europa, que já não existia mais – entrou em colapso. Em resposta, o governo chinês entrou em cena com um enorme programa de investimentos para manter o crescimento. Este estilo Keynesiano de investimento também foi alimentado pelo crédito, levando a uma acumulação de dívidas familiares, corporativas e governamental que equivale agora a cerca de 200% do PIB segundo algumas estimativas.
O resultado desta vaga de investimento foi um enorme acúmulo de contradições na economia chinesa: um excesso de construção civil levou a cidades fantasmas vazias ao lado de cidades superlotadas; a expansão da indústria exacerbou vastamente o excesso de capacidade em setores-chave, levando à oferta excessiva de certas mercadorias e ao colapso nos preços; e a acumulação da dívida, junto à desaceleração da economia, resultou em inadimplências e, dessa forma, ao congelamento dos empréstimos futuros. Como relata um recente artigo em The New York Times:
“Enquanto a economia crescia, poucas cidades cresceram mais rápido ou mais que Shenmu, uma comunidade de cerca de 500 mil habitantes no noroeste da China...
“... Mas a dolorosa crise do crédito está agora se espalhando por todo Shenmu e cidades próximas, enquanto milhares de empresas fecharam, frotas de BMW e Audi foram retomadas e surgiram os protestos de rua...
“... ‘É uma crise econômica exatamente como a teve os EUA, assim como ele’, disse Wang Ting, um operador de um cassino ilegal em Fugu, perto de Shenmu. ‘Não há dinheiro, todos ficam em casa sem um emprego, não há como a economia possa se recuperar’ ...
“... Por toda a China, o crescimento desacelerou. Com a desaceleração vieram o aumento da inadimplência dos empréstimos feitos fora do sistema bancário convencional, o excesso crônico de capacidade em muitas indústrias, como a mineração de carvão e a produção de aço e, em cidades especialmente perturbadas como Shenmu, um declínio acentuado nos preços anteriormente movidos à dívida dos imóveis e outros ativos...
“... As rachaduras estão aparecendo em muitas cidades de tamanho considerável como a costeira Wenzhou, onde os empréstimos informais, que constituem uma grande parte do chamado sistema bancário paralelo, dominaram durante um quarto de século. Cidades com economia ligadas às commodities com preços em queda também foram afetadas, à medida que mais pessoas deixaram de pagar os empréstimos...
“... Enquanto os mutuários se tornavam inadimplentes no início deste ano, os credores preocupados elevaram as taxas de juro para pequenas e médias empresas, que eram anteriormente de 25 a 40% ao ano, para mais de 125% ao ano. Esta elevação desencadeou uma onda muito maior de inadimplência nas semanas recentes, quando os proprietários se viram incapazes de pagar bilhões de dólares em dívidas duvidosas, muitas das quais manuscritas e difíceis de ratificar nos tribunais...
“... Ao mesmo tempo, o excesso de investimento levou ao excesso de capacidade. Dezenas de novas minas foram abertas em torno a Shenmu na última década e as minas velhas foram expandidas. Mas a demanda tem crescido muito mais lentamente do que o esperado para a eletricidade e o aço, os dois principais usuários do carvão...
“... O estouro da bolha imobiliária foi o golpe mais duro para a economia local. Os preços dos imóveis haviam disparado em várias cidades da China...
“... O descontentamento público está alimentando os protestos de rua. Vários milhares de moradores se concentraram em meados de julho para uma manifestação na luxuosa Praça pavimentada em frente à prefeitura, exigindo que os funcionários municipais reanimassem a economia estagnada. Mais recentemente, um grupo menor de trabalhadores migrantes protestou, exigindo que o governo local pague seus salários atrasados após a construção de uma fileira de altíssimos prédios de apartamentos ter sido interrompida”.
As contradições na economia chinesa – de excesso de capacidade, isto é, de superprodução – têm, por sua vez, criado contradições, desequilíbrios e tensões em escala mundial, como já relatamos recentemente.
O boom chinês, que foi uma fonte de crescimento para as outras economias do BRICs e emergentes, agora se transformou em seu oposto e se tornou uma fonte de problemas para estes mesmos países. Como relata The Economist em seu artigo intitulado “A grande Desaceleração”:
“Quando um velocista campeão marca abaixo de seus melhores tempos, demora um pouco para se determinar se ele está apenas temporariamente em má forma ou se já perdeu permanentemente o seu arranque. O mesmo é válido para os mercados emergentes, os velocistas do século XXI da economia mundial. Depois de uma década de acentuado crescimento, no qual conduziram um boom global e em seguida ajudaram a empurrar a economia mundial para a frente diante da crise financeira, os gigantes emergentes desaceleraram acentuadamente.
“A China vai ter sorte se conseguir atingir a meta oficial de crescimento de 7,5% em 2013, muito longe das taxas de dois dígitos que o país teria podido esperar nos anos 2000. O crescimento na Índia (em torno de 5%), do Brasil e da Rússia (cerca de 2,5%) é quase a metade do que era no auge do boom. Coletivamente, os mercados emergentes podem (apenas) alcançar o ritmo do ano passado de 5%. Isto parece rápido quando comparado com a lentidão do mundo rico, mas é a expansão mais lenta da economia emergente em uma década, exceto 2009, quando o mundo rico veio abaixo” (The Economist, 27 de julho de 2013).
Dinheiro barato e contágio
Os temores relativos ao colapso das exportações, ao crescimento abastecido pelo crédito e a uma acumulação de dívida não são exclusivos ao exemplo da China. Em outros lugares da Ásia há preocupações de que o dinheiro barato tenha levado a uma situação insustentável, como comentou o Financial Times em um artigo recente com o título de “O espectro da crise dos anos 1990 se agiganta enquanto a dívida cresce”:
“Quando a China desencadeou o maior pacote de estímulos de sua história, em resposta à crise de 2008 e à desaceleração dos mercados de exportação no Ocidente, chegou a um preço. Hoje a China está às voltas com um projeto de lei que alguns economistas dizem que impulsionou a dívida total a 200% do PIB.
“Enquanto a China oferece o exemplo mais extremo do uso da dívida para financiar o crescimento, este é um padrão que se repetiu por toda a Ásia. Sem as exportações, os bancos centrais abriram as torneiras, levando a um salto no endividamento das famílias e das empresas.
“... Ecos da crise financeira asiática são muito fáceis de ouvir. O crescimento do crédito a partir de 2008 foi rápido, levando a um aumento dos preços das casas, a altas taxas de crescimento e a mega-acordos corporativos...
“... Mas, com a maré de dinheiro barato do exterior reduzindo os preços das economias emergentes em toda a região, os analistas advertem que a Ásia pode ser o início de uma série de crises monetárias e de crédito, não muito diferente da experiência da década de 1990...
“... Os riscos de contágio por toda a região estão começando a se elevar, dizem os economistas, agravados pela desaceleração na China, a maior fonte do crescimento da Ásia” (Financial Times, 21 de agosto de 2013).
Em particular, muito deste crédito foi usado especulativamente para compra de bens imóveis, em vez de ser investido na produção real, como registra o artigo acima ao citar Jimmy Koh, diretor de pesquisa econômica do United Overseas Bank em Singapura: “Um monte deste crédito novo está indo para habitação e bens imóveis em toda a região. Esta não é a área mais produtiva; não agrega valor novo ao sistema”.
A causa de tal especulação é clara: com tantos excessos de produção já existentes em uma escala tão grande em toda a China, na Ásia e no restante do mundo, por que alguém iria investir em nova produção? Com um vasto excesso de capacidade em nível global e abundantes matérias-primas se acumulando, que já não podem mais ser vendidas, por que todos os negócios – na Ásia ou em outros lugares – iriam investir em nova indústria? Em vez disso, portanto, vemos tantas empresas acumulando dinheiro – isto é, simplesmente se sentando em cima de pilhas de dinheiro ocioso – ou optando por investir seu dinheiro em atividades especulativas.
Grande parte desse dinheiro nos últimos tempos veio da “flexibilidade quantitativa”, programas deflagrados no Ocidente – em particular na Reserva Federal dos EUA. Ao longo de várias rodadas de “flexibilidade quantitativa”, o FED comprou quase 2,9 trilhões de dólares em ativos, por exemplo, dívidas, títulos e valores mobiliários, tudo isto imprimindo efetivamente dinheiro. Grandes quantidades desses fundos de “flexibilidade quantitativa” encontraram seu caminho às economias asiáticas, causando uma bolha de dinheiro barato, como comenta o mesmo artigo de Financial Times:
“’ Todo este dinheiro da flexibilidade quantitativa levou a uma massiva bolha inflacionária de crédito na Ásia’, disse Kevin Lai, economista-chefe regional de Daiwa Securities. ‘O crime foi cometido, só temos que lidar com as consequências. Durante este processo haverá grandes danos... É como um pedido de cobertura. As famílias terão que vender seus ativos. Haverá uma grande quantidade de riqueza destruída”.
As torneiras do crédito se fecharam
Muitas economias emergentes importantes, na verdade, tornam-se dependentes deste dinheiro barato para continuar. Agora, com a Reserva Federal dos EUA anunciando que está planejando “afunilar” o programa de flexibilidade quantitativa – isto é, reduzir gradualmente o tamanho de suas compras – essas economias emergentes, da Tailândia à Turquia, estão enfrentando uma crise.
Em particular, o problema são os países que usaram crédito externo para preencher a lacuna em suas contas correntes – uma medida da entrada e saída de dinheiro e bens através das fronteiras de um país. Por muitos anos, as economias emergentes tiveram superávits em conta corrente, com as exportações para a China ou para o Ocidente, junto ao investimento direto externo (IDE), mantendo esses países flutuando. Mas à medida em que as exportações – tanto para a China quanto para o Ocidente – e o IDE entraram em colapso, os superávits em conta corrente se transformaram em déficits, e o dinheiro de qualquer origem se tornou necessário para fechar a brecha.
Como relata o Financial Times:
“Na Tailândia, que entrou tecnicamente em recessão no segundo trimestre, a dívida das famílias em relação ao PIB aumentou de 55% em 2009 a quase 80% hoje. A dívida total em relação ao PIB é agora de 180%, de acordo com dados compilados pelo HSBC.
“A Malásia, rica em petróleo, tem visto um aumento semelhante dos níveis da dívida, que contribuiu para o consumo de energia e para o boom imobiliário. Mas os pobres números do comércio levantaram a perspectiva disto escorregar para o déficit neste ano, depois de uma década de superávits. E, semana passada, a Indonésia informou um acentuado agravamento de seu déficit em conta corrente, o pior desde 1996, graças principalmente a uma queda no valor de suas exportações de commodities.
E como The Economist explica:
“O financiamento barato permitiu às economias emergentes temporariamente viver acima de seus meios, pedindo emprestado a diferença do exterior: os fluxos de capitais para esses países os capacitaram a importar mais do que exportam...
“... Isto está criando dores de cabeça para algumas dessas economias emergentes, e especialmente para aquelas que tinham ativadas lacunas de grande porte em conta corrente. Os custos dos empréstimos estão subindo; as empresas e famílias que necessitam rolar a dívida de curto prazo terão de fazê-lo em condições menos vantajosas do que as que tiveram há um ou dois anos (todas as empresas imprudentes o suficiente para tomar emprestado em moeda externa estarão em apuros). Os preços das importações aumentarão. Os exportadores poderiam se beneficiar, embora importantes insumos (o combustível, especialmente) possam se tornar perigosamente caros. Há alguns motivos de preocupação de que uma saída ordenada se torne uma corrida e, em seguida, um pânico, quando os efeitos de uma reação em cadeia da depreciação provocarem uma maior perda de confiança.
“A maior preocupação, no entanto, pode ser a ameaça de grandes erros políticos em resposta a estas dinâmicas. Controles de capital impostos de forma imprudente poderiam alimentar o pânico e prejudicar o crescimento no longo prazo. Pior ainda, os bancos centrais podem estrangular as suas economias com taxas altas numa tentativa de proteger os valores de suas moedas. O final da flexibilidade quantitativa arrisca apertar a demanda em todo o mundo” (The Economist online, 20 de agosto de 2013).
Vemos, desta forma, o quão interligada é a economia mundial: o programa de flexibilidade quantitativa nos EUA – uma resposta à crise ali e na Europa – criou contradições no mundo emergente e estas contradições, por sua vez, rebotam de volta para a América e o restante do mundo.
Consequências políticas e sociais
O país que de forma mais notável chegou às manchetes em relação à flexibilização quantitativa da Reserva Federal dos EUA é a Índia, com seu capitalismo particularmente senil e corrupto. Como comenta The Economist:
“A rupia despencou 13% em três meses. O mercado de valores se reduziu em uma quarta parte em termos de dólares. As taxas de empréstimos estão em níveis só vistos pela última vez depois da morte de Lehman Brothers. As ações dos bancos afundaram.
“Em 14 de agosto, funcionários nervosos apertaram os controles de capital numa tentativa de deter os habitantes locais tirando dinheiro para fora do país. Esses assustados investidores externos, que temem que a Índia possa também congelar os seus fundos. O risco agora é de uma crise de crédito e de pânico fadado a acontecer que empurre a rupia para muito mais baixo, alimentando a inflação. Os formuladores de políticas reconhecem que o país está em sua situação mais apertada desde a crise do balanço de pagamentos de 1991...
“... As empresas privadas reduziram o investimento. O crescimento abrandou para 4-5%, metade da taxa durante o boom. A inflação, em 10%, é a pior em comparação a qualquer outra grande economia. Os magnatas que costumavam brindar a ascensão da Índia como uma superpotência agora estão alertas à perturbação civil” (The Economist, 24 de agosto de 2013).
A solução que The Economist – um porta-voz de confiança da classe capitalista – propõe, para a Índia e para outros países em situação similar, é simples: reduzir o déficit e liberalizar a economia. A realidade concreta de tal “solução”, contudo, seria devastadora para as pessoas comuns na Índia, Indonésia, Brasil e outros lugares: redução dos subsídios aos combustíveis, dos quais os mais pobres na sociedade são dependentes na culinária e nos transportes; inflação, com o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade; e privatização, com o desemprego afetando todos.
Tal programa seria uma receita pronta e acabada para a luta de classes. Tudo o que os capitalistas podem fazer para restaurar a estabilidade da economia simplesmente leva à instabilidade social e política, e vice-versa. Mas a classe dominante em cada país – seja na Europa ou na Ásia, na América ou na África – não tem outra opção além da austeridade. Ou eles cortam os padrões de vida para “aumentar a competitividade” numa corrida global para baixo, ou continuam confiando no crescimento alimentado pelo crédito, deixando a bolha ficar cada vez maior até que exploda de forma ainda mais violenta.
Longe de ser dissociadas, as economias da China, Índia, Brasil e outras são agora cada vez mais entrelaçadas com as dos EUA e Europa. Agora podemos ver claramente que quando a América – a maior economia do mundo – espirra, as economias emergentes pegam um resfriado e este, por sua vez, se transforma, espalha-se e se desenvolve para o outro lado do globo.
O processo da crise capitalista não é um processo plano, linear, em que todas as economias nacionais declinam em conjunto da mesma maneira. Pelo contrário, é um processo dialético de desenvolvimento desigual e combinado (ou de falta de desenvolvimento), em que a crise atinge etapas diferentes em locais diferentes e em momentos diferentes. Vários processos e fatores – econômicos, sociais e políticos – se cruzam, se retroalimentam, interagem. A crise em alguns países será adiada; períodos de estabilização em uma parte do mundo serão vistos ao lado de períodos problemáticos em outras partes; certos países podem até mesmo ver um surto temporário de crescimento neste contexto geral de recessão e estagnação.
Mas, apesar dessa irregularidade, o processo combinado – em sua totalidade – é de decadência e declínio; de uma economia mundial que já não é capaz de levar a sociedade a frente; de um sistema que está morrendo a seus pés, tropeçando de uma crise depois de outra, esperando que lhe seja dado o golpe final. A tarefa da revolução socialista mundial é a de dar este golpe fatal final e dar um fim ao capitalismo de uma vez por todas.